4 de março de 2011

Os Direitos Humanos da Mulher e a Psicologia: Uma Reflexão


A caminhada das conquistas da mulher é contínua e já avançou muitos passos. Evidentemente, ainda há muitas questões a serem discutidas e solucionadas. A defesa dos Direitos Humanos, perpassados pela função social da Psicologia como ciência e profissão, são base fundamental para ponderar acerca das diferentes implicações da mulher em nossa sociedade.

Essa reflexão, uma constante entre aqueles que trabalham prol da defesa da cidadania, é reavivada por ocasião do Dia Internacional da Mulher. Essa data remete à memória da tragédia ocorrida com um grupo de tecelãs norte-americanas que, ao reivindicar melhores condições de trabalho, foram vitimadas por um incêndio em 1857. O ocorrido ilustra o ápice de um episódio de violência de gênero, que se constitui em uma forma de violação dos direitos humanos.

A concepção de gênero define as relações de poder em uma sociedade, que varia de uma cultura para outra. Dela decorrem as diferentes formas de violência de gênero, que, segundo a Declaração sobre a eliminação da violência contra a mulher, do Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas, é qualquer ato de violência com base no gênero, inclusive suas ameaças. Dentre os muitos tipos sofridos pela mulher podemos elencar alguns como o uso de seu corpo como objeto na mídia, assédio sexual no trabalho, desigualdades salariais, destrato em diferentes serviços, além da ainda presente violência doméstica, entre outros.

A violência de gênero está presente no cotidiano de forma bastante expressiva e atinge a cidadania das mulheres. É premente, portanto, a busca pela inserção da Psicologia no que tange aos direitos humanos e à cidadania. Objetiva-se que, pela atividade dos psicólogos, considerando-se a Psicologia como ciência e profissão, que se cumpra sua função social. Com isso, abre-se a possibilidade de contribuição para que se construa uma sociedade justa e igualitária, disseminando uma cultura de paz, o que somente é possível tendo-se por base o respeito aos Direitos Humanos.

Dessa forma, valorizamos o Dia Internacional da Mulher como um momento de celebração das conquistas já alcançadas, de avaliação dos passos que já avançamos rumo a outras vitórias, e uma reflexão sobre aquilo que desejamos alcançar. Assim, consideramos a importância inegável da mulher na sociedade e a urgência do debate pelo desenvolvimento de políticas que culminem em ações capazes de construir um mundo mais justo para todos.
Luciana Knijnik, Presidente da Comissão de Direitos Humanos do CRPRS

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