17 de abril de 2013

Ensaísta Rosiska Darcy de Oliveira é eleita imortal pela Academia Brasileira de Letras

A escritora vai ocupar a cadeira de número 10 que pertencia ao poeta alagoano Lêdo Ivo, morto em dezembro


A jornalista e escritora carioca, Rosiska Darcy de Oliveira, acupará a cadeira de número 10, da Academia Brasileira de Letras
A jornalista e escritora carioca, Rosiska Darcy de Oliveira,
ocupará a cadeira de número 10, da Academia Brasileira de Letras (Fabio Motta/AE)
A jornalista e ensaísta carioca Rosiska Darcy de Oliveira foi eleita nesta quinta-feira à nova integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela vai ocupar a cadeira de número 10, vaga desde o dia 23 de dezembro, quando morreu o poeta alagoano Lêdo Ivo. Rosiska foi eleita no primeiro escrutínio, com 23 votos, e deixou em segundo lugar com seis votos o poeta Antonio Cícero, irmão e parceiro musical da cantora Marina Lima. O poeta pernambucano Marcus Accioly e a especialista em História do Brasil Mary Del Priore tiveram cinco e quatro votos, respectivamente. 

Bacharel em direito pela PUC-Rio, Rosiska tem parte de sua obra dedicada à reflexão do espaço ocupado pelas mulheres na sociedade, tema de seus dois primeiros livros, Le Féminin Ambigu e La Culture des Femme, ambos publicados na Europa no período em que Rosiska ficou exilada na Suíça, onde também lecionou por dez anos na Universidade de Genebra. 

Ela também tem publicado os seguintes títulos: Elogio da DiferençaIn Praise of Difference,Reengenharia do Tempo, seu último ensaio, propõe uma nova relação entre vida privada e mundo do trabalho, além de A Dama e o UnicórnioOutono de Ouro e SangueA Natureza do Escorpião e Chão de Terra.

Cadeira vaga - A Academia Brasileira de Letras deve realizar em breve a eleição para o novo ocupante da cadeira de número 36, vaga desde a morte do jornalista João de Scantimburgo em 22 de março. Fernando Henrique Cardoso se candidatou à vaga. Segundo a coluna Radar on-line, de Lauro Jardim, o ex-presidente já teria garantidos os votos dos imortais Eduardo Portella, Celso Lafer, Paulo Coelho, Merval Pereira, Geraldo Hollanda Cavalcanti, Antônio Carlos Secchin, Sergio Paulo Rouanet, Alberto da Costa e Silva, Sábato Magaldi, Hélio Jaguaribe, Marcos Villaça e José Murillo de Carvalho.

Fonte: Estadão

Uma questão de reconhecimento

Muitas mulheres afirmam que buscam ser excelentes profissionais e, apesar disso, são vítimas de indiferença, desrespeito e injustiças no trabalho.

Uma professora de 45 anos diz: "Nunca falto, preparo todas as aulas, sou atenciosa com os alunos, tento resolver os problemas dos colegas. No entanto, os alunos não me respeitam, os professores fazem fofocas e desqualificam o meu trabalho. Amo a minha profissão. Não reclamo nem da carga horária nem do salário. A minha maior frustração é não ser reconhecida".

As entrevistadas afirmam que fazem um trabalho interminável, desvalorizado e, muitas vezes, invisível. Dizem sofrer por se sentirem ignoradas, humilhadas e menosprezadas, dentro e fora de casa.

Uma enfermeira de 37 anos diz: "Acordo às cinco da manhã e trabalho o dia inteiro. Chego em casa e preparo uma comida gostosa. Meus filhos nem tocam no prato. Meu marido come vendo TV. No fim de semana, eu faço faxina e deixo a casa brilhando. Lavo e passo as roupas de todos. Não escuto um só agradecimento. Quando reclamo eles dizem que não faço mais do que a minha obrigação".

Para essas mulheres, a maior felicidade seria desfrutar de algum tipo de reconhecimento.
Uma fonoaudióloga de 40 anos conta: "Quando recebo um 'muito obrigado' do meu filho ou um elogio do marido eu me sinto a mulher mais feliz do mundo".

Uma professora de 52 anos relata: "Não tem nada que me faça mais feliz do que ouvir um elogio dos meus alunos. No dia dos professores, ganhei uma orquídea de uma aluna muito pobre. Confesso que eu chorei de emoção".

Quando pergunto "O que faria você mais feliz?", elas respondem: casa própria, filhos na faculdade, aumento de salário, viagens, carro novo, emagrecer dez quilos, fazer lipoaspiração, colocar silicone no peito etc.

Mas quando pergunto "Qual o momento mais feliz do seu dia?", as mulheres dizem: "Quando meu marido me abraça carinhosamente"; "Quando meus filhos dizem que sou a melhor mãe do mundo" ou "Quando meu chefe me elogia".

Pequenos gestos como um elogio ou um abraço são formas de satisfazer o desejo feminino por mais reconhecimento. São, também, uma maneira de retribuir o trabalho, o cuidado e a dedicação incansável de tantas mulheres que ainda se sentem invisíveis, dentro e fora de casa.


Mirian Goldenberg Mirian Goldenberg