Campanha Mulheres e Direitos - Violência e HIV
A Iniciativa é resultado de uma parceria entre a UNAIDS, União Europeia, UNFPA e ONU Mulheres
Inéditos, filmes da campanha estão disponíveis em português, inglês, espanhol e, pela primeira vez, em tikuna, idioma de 30 mil indígenas brasileiros.
Inéditos, filmes da campanha estão disponíveis em português, inglês, espanhol e, pela primeira vez, em tikuna, idioma de 30 mil indígenas brasileiros.
Outubro de 2012 – Segundo
dados do Governo Federal, estima-se que mais de 630 mil pessoas vivam
com HIV/Aids no Brasil. A cada 5 minutos, uma mulher é agredida no
país; a cada 2 horas, uma mulher é assassinada. Em 80% dos casos, o
agressor é o marido, companheiro ou namorado. O eixo Violência e HIV,
segunda edição da campanha Mulheres e Direitos no Brasil, é o resultado
de uma parceria entre a UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas
sobre HIV/ Aids, a União Europeia, o UNFPA – Fundo de População das
Nações Unidas, e a ONU Mulheres – a Entidade das Nações Unidas para a
Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres. O lançamento foi
realizado em 9 de outubro e contou com o apoio da Presidência da Câmara
dos Deputados que sediou a cerimônia, no Salão Nobre da Câmara dos
Deputados, em Brasília.
“De modo similar à violência homófobica, a violência contra a mulher é
inaceitável e deve ser coibida. Além de violar direitos humanos
básicos, em ambas as circunstâncias, é fator acrescido de
vulnerabilidade à infecção pelo HIV. A existência de norma legal é
necessária, mas não suficiente, para que se possa alcançar um ambiente
social favorável; é imprescindível a mobilização de modo permanente de
toda a sociedade com vistas ao alcance desse objetivo”, afirma Pedro
Chequer, coordenador da UNAIDS no Brasil.
Com o objetivo principal de contribuir para a conscientização da população brasileira sobre redução da violência contra a mulher, promoção da equidade de gênero e da saúde feminina, os produtos de divulgação da campanha foram apresentados durante o lançamento: spots de rádio, folder, DVDs, painéis de pano e filmes para TV. O material está disponível (www.unaids.org.br) em português, inglês, espanhol e, pela primeira vez, também em tikuna – idioma indígena falado por mais de 30 mil pessoas no Brasil.
Um estudo realizado pela iniciativa Amazonaids, iniciativa da
ONU e governo brasileiro, na área indígena do Alto Solimões e Vale do
Javari, AM, examinou mais de 20 mil indígenas. Foi encontrada uma taxa
de prevalência de sífilis de 2,3% e de HIV de 0,13%.
“Pela primeira vez temos uma campanha com uma versão em tikuna. Esta
decisão repousa na perspectiva de respeito aos direitos de cidadania;
os povos indígenas devem ser cada vez mais objeto de respeito cultural e
pleno exercício do direito à informação em seu próprio idioma.
Materiais educativos em HIV também vêm sendo elaborados pela UNESCO em
outros idiomas de povos indígenas do Alto-Solimões”, disse Chequer.
Inspirados em casos reais, foram criados três filmes para divulgação: o mais longo com 2 minutos e meio de duração e os outros dois, com 27” e
30”. O filme de 2 minutos e meio é mais abrangente, mostrando
situações conceituais e depoimentos alternados de mulheres e homens.
Nos filmes de menor duração, os enfoques são separados por gênero. Os
áudios dos filmes também foram adaptados para veiculação em rádio.
Após destacar que a campanha é co-financiada
pelo Instrumento Europeu para a Promoção da Democracia e os Direitos
Humanos (IEDDH), a expressão mais visível do compromisso da União
Europeia com a promoção e proteção dos direitos humanos, a Embaixadora
Ana Paula Zacarias, Chefe da Delegação da União Europeia no Brasil,
presenta na cerimônia de lançamento, afirmou que "em 2011 demos
prioridade à luta contra a violência às mulheres, às crianças e
adolescentes, e às populações vulneráveis, entre as quais as populações
indígenas. A nossa maior preocupação foi desenhar uma campanha que
tivesse impacto local, chegando às comunidades mais afastadas e
carentes, salientando os aspetos transversais da violência contra a
mulher, como as doenças sexualmente transmissíveis, notadamente o
HIV/AIDS. Este tipo de ação conjunta e direcionada se torna
imprescindível no âmbito do combate à violência de gênero".
Além do folheto informativo, que tem sido
distribuído para todos os estados brasileiros, a campanha Mulheres e
Direitos inovou ao criar, imprimir e produzir painéis em pano com
mensagens em português para divulgação. O projeto conta ainda com uma
tiragem de painéis de pano na língua tikuna.
Momento Inédito e Inesquecível no Encerramento da Sollenidade de Lançamento da Campanha
Pela primeira vez na história da Câmara dos
Deputados, e abrilhantando o evento, o hino nacional do Brasil foi
cantado na língua da etnia indígena Tikuna, pela indígena Djuena
Tikuna, presente na cerimônia e que veio do Amazonas para enriquecer o
lançamento e reforçar a multiculturalidade de nosso país e informar que
mulheres indígenas também sofrem violência doméstica e outras formas
de violência em suas comunidades.
Sobre violência contra a mulher
“A campanha Mulheres e Direitos é uma
resposta ao desafio da violência contra a mulher, que persiste no nosso
cotidiano como a face mais visível e perversa das desigualdades de
gênero. Podemos e devemos contribuir para a construção de novas
masculinidades, onde as diferentes formas de violência não sejam usadas
pelos homens como instrumento de poder. Todas as mulheres e meninas
têm direito a uma vida livre de violência e todos os homens e meninos
podem ser educados a agir e a pensar diferente. Esperamos que a
campanha estimule a reflexão e a mudança de atitudes e práticas”,
palavras de Harold Robinson, Representante do UNFPA no Brasil.
Violência é o ato de agressão, ou mesmo a
omissão que causa sofrimento físico ou psicológico à vítima. A
violência contra a mulher pode acontecer em qualquer lugar, na rua ou em
casa, no espaço público ou no espaço doméstico, e pode atingir
mulheres dentro e fora da família. A violência contra a mulher não é
praticada somente por meio de agressão física, como tapas, socos,
pontapés, chutes, etc. Existe também violência psicológica, moral,
patrimonial e sexual.
A violência sexual pode ocasionar gravidez
indesejada e abortos espontâneos, aumentando o risco de infecção por
doenças sexualmente transmissíveis e pelo HIV. A violência ou mesmo o
medo da violência contra a mulher aumenta sua vulnerabilidade à
infecção pelo HIV/AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. O
temor de sofrer violência pode fazer com que a mulher se submeta a
relações sexuais desprotegidas.
A violência contra a mulher produz
consequências emocionais devastadoras, muitas vezes irreparáveis, e
impactos graves sobre a saúde mental sexual e reprodutiva da mulher.
Quando a violência é praticada em casa, por
familiares, por pessoas que convivem no mesmo ambiente doméstico –
mesmo que não sejam parentes (ex. agregados, hóspedes, etc.) – ou pelo
marido, companheiro ou companheira, a mulher agredida terá a proteção
da Lei 11.340, que ficou conhecida como “Lei Maria da Penha”.
“No Brasil, uma em cada cinco mulheres já foi
vitima de violência de gênero. De 1997 a 2007, mais de 41 mil mulheres
foram assassinadas. Entretanto, não há estatísticas confiáveis
disponíveis. Com a Lei Maria da Penha, o governo brasileiro deu um
importante passo, mas o sistema de justiça brasileiro reconhece de
forma irregular a gravidade da violência doméstica e familiar. Apenas
um terço dos casos que chegam aos tribunais é condenado, e a impunidade
ainda é um problema crítico. Por isso precisamos trabalhar
continuamente para conscientizar a sociedade sobre a importância de
erradicar a violência contra as mulheres e de proteger os direitos de
todas as mulheres brasileiras”, disse Rebecca Tavares, Representante e
Diretora Regional da ONU Mulheres Brasil e Cone Sul.
Fonte: Assessoria de Comunicação
Jacqueline Cortes – UNAIDS
CortesJ@unaids.org
+55 61 3038-9221
/Gisele Netto – ONU Mulheres
gisele.netto@unwomen.org
+55 61 3038-9287/Ulisses Lacava – UNFPA
bigaton@unfpa.org
+55 61 3038-9246/ Humberto Netto – União Europeia no Brasil
Humberto.NETTO@eeas.europa.eu
+55 61 2104- 3119
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