Coordenadoria da Mulher busca cumprimento de Lei Maria da Penha
Criar
Centros de Educação e Reabilitação para agressores, implantar um
projeto de dados estatísticos relacionados aos perfis de vítima e
agressor e elaborar uma exposição de motivos a ser entregue ao Conselho
Estadual de Educação, para que as escolas incluam em seus currículos o
recorte de gênero, foram temas abordados nas últimas reuniões promovidas
pela Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Sergipe.
Conforme
a Juíza Coordenadora da Mulher, Rosa Geane Nascimento, o inciso V do
artigo 35 da Lei Maria da Penha prevê a criação e implantação de Centros
de Educação e Reabilitação para agressores, algo que ainda não foi
feito em Sergipe. O assunto foi discutido, em 30 de janeiro, com a
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a Juíza da Vara de
Execuções de Medidas e Penas Alternativas (Vempa), Suzete Ferrari.
“Foi
expedido ofício ao governo do estado para que a criação desses centros
seja feita de modo intersetorial, ou seja, envolvendo várias
secretarias, como a de Políticas para as Mulheres, a de Direitos
Humanos, a de Inclusão Social e a de Justiça. Nossa intenção é visitar o
governador e também o prefeito, porque algumas medidas devem ter a participação do governo municipal”, explicou Rosa Geane.
Já
a reunião de 29 de janeiro contou com a presença da professora doutora
Daniela Costa, do Departamento de Direito da Universidade Federal de
Sergipe (UFS), e mais seis alunos do grupo de pesquisa Estudos sobre
violência e criminalidade na contemporaneidade. “A Coordenadoria
pretende efetivar, em parceria com o Departamento de Direito da UFS, o
cumprimento ao artigo 38 da Lei Maria da Penha. No caso, um projeto de
coleta de dados estatísticos relacionados a perfis de vítima e
agressor”, informou a juíza. O grupo parceiro da Coordenadoria da Mulher
tem como linha de pesquisa a violência de gênero, tratando da
efetividade da Lei Maria da Penha.
Currículos
escolares - Outra importante reunião aconteceu no último dia 1º de
fevereiro, com a participação da presidente da Comissão de Defesa dos
Direitos da Mulher da OAB-SE, Adélia Pessoa, representantes das
secretarias de Estado de Direitos Humanos e de Políticas para as
Mulheres, e com o professor do curso de Direito da Unit, Eduardo Macedo.
O objetivo foi a construção de uma exposição de motivos relatar a
importância da inclusão de temas relativos aos direitos da mulher e
direitos humanos nos currículos escolares do ensino médio.
Segundo
Adélia Pessoa, o projeto político-pedagógico das escolas deve
considerar, entre outros, o comportamento ético como ponto de partida
para o reconhecimento dos direitos humanos e da cidadania. “Acreditamos
que só a educação poderá construir uma cultura de paz e respeito aos
direitos das pessoas, para que possamos atingir os objetivos
fundamentais do estado democrático de direito, como prevê a Constituição
de 1988”, alertou Adélia. Na exposição de motivos que deverá ser
entregue ao Conselho Estadual de Educação em março, caberá à
Coordenadoria da Mulher do TJSE apresentar estatísticas que mostrem a
situação de violência doméstica e familiar no Brasil e em Sergipe.
Fonte: Conselho Nacional de Justiça
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