29 de outubro de 2014

PF acredita que hacker que ameaçava mulheres pode ter feito 180 vítimas

Ele invadia e-mails e ameaçava publicar fotos e vídeos íntimos delas. Em troca da privacidade, ele exigia que as vítimas fizessem sexo virtual

Os peritos da Polícia Federal (PF) já identificaram pelo menos 180 mulheres que podem ter sido vítimas do hacker brasileiro Cristian Pereira. Ele foi preso na Inglaterra, acusado de ameaçar mulheres em troca de sexo virtual. De acordo com a PF, ele invadia contas de redes sociais e de e-mails das vítimas, buscando por fotos e vídeos íntimos, com os quais as chantageava.


No Paraná, ele abordou mulheres que moravam em Londrina, Ponta Grossa, Maringá e outras cidades. No restante do país, há relatos de vítimas em Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais e Santa Catarina. “Ele é um elemento bastante perigoso e ele, não apenas pelo aspecto virtual, mas pelo aspecto real. É uma pessoa que pode iniciar um contato por uma rede social, marcar um encontro e culminar com um abuso sexual”, conta a perita em crimes cibernéticos Iolanda Garay.

O caso foi contado no Fantástico, no domingo (26). Nesta segunda-feira (27), uma nova vítima de Pereira contou como ele a ameaçava. “Ele começou a me ameaçar, dando a entender que ele sabia onde eu morava e que se eu não cedesse, ele ia aparecer lá na minha casa, com mais duas pessoas e ia me estuprar”, lembra. A vítima, que não quis se identificar, gravou as conversas e procurou a PF para denunciar o caso.

Condenação

O hacker já foi condenado por um crime semelhante em 2012, no município de Rolândia, no norte do Paraná. Na ocasião, ele fugiu do país, antes que a sentença fosse definida. Com o endereço de IP, a Polícia Federal rastreou a localização de Pereira e descobriu que ele havia ido para uma cidade no interior da Inglaterra.

O hacker foi detido pela polícia britânica, mas não só pelas acusações que recaem sobre ele no Brasil. Segundo a PF, três mulheres inglesas também denunciaram Pereira às autoridades locais. Mesmo assim, as autoridades brasileiras já entraram com um pedido de extradição, para que o hacker cumpra a pena de 12 anos a que foi condenado.

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