15 de julho de 2013

Paquistanesa baleada por defender estudo para mulheres discursa para jovens na ONU



Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com a estudante paquistanesa Malala Yousafzai. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Malala Yousafzai, a estudante paquistanesa que foi baleada pelo Talibã por defender os direitos de todas as mulheres à educação, falou nesta sexta-feira (12) para centenas de jovens nas Nações Unidas pedindo que eles usem a educação como uma arma contra o extremismo.
Vamos pegar nossos livros e nossas canetas. Eles são as nossas armas mais poderosas. Um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”, disse Malala em um discurso na Assembleia de Jovens da ONU.
Malala afirmou que o ataque do Talibã nove meses atrás não mudou nada em sua vida a não ser que “a fraqueza, o medo e o desespero morreram; e a força, o poder e a coragem nasceram”.
“Os extremistas tinham e ainda têm medo de livros e canetas”, avaliou. “O poder da educação assusta. Eles estão com medo das mulheres.”
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelidou o dia 12 de julho – aniversário de 16 anos de Yousafzai – de “Dia da Malala”, em homenagem ao seu posicionamento corajoso e determinado em garantia da educação para todos. “Malala escolheu comemorar seu 16º aniversário com o mundo”, disse Ban, lembrando que o forte apoio que ela tem recebido de milhões de pessoas em todo o mundo é uma clara mensagem que diz: “Malala, você não está sozinha.”
A reunião que contou com cerca de mil jovens líderes foi dirigida pelo enviado especial da ONU para educação global, Gordon Brown, e o presidente da Assembleia Geral, Vuk Jeremić. Na cerimônia, um grupo de jovens de Bangladesh, Índia, Marrocos, Nepal, Paquistão e Serra Leoa foi homenageado por suas lutas contra a discriminação na educação.
Nesta sexta-feira, a UNESCO divulgou artigo mostrando que o número de crianças sem acesso à educação caiu de 60 milhões em 2008 para 57 milhões em 2011. Entretanto, o número de meninos e meninas fora da escola em áreas de conflito passou de 25,2 milhões para 28,5 milhões no mesmo período. Asmeninas representam 55% do total e são as mais prejudicadas porque muitas vezes são vítimas de estupro e outras formas de violência sexual que acompanham os conflitos armados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário