Malala
Yousafzai, a estudante paquistanesa que foi baleada pelo Talibã por
defender os direitos de todas as mulheres à educação, falou nesta sexta-feira (12) para centenas de jovens nas Nações Unidas pedindo que eles usem a educação como uma arma contra o extremismo.
“Vamos pegar nossos livros e nossas canetas. Eles são as nossas armas mais poderosas. Um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”, disse Malala em um discurso na Assembleia de Jovens da ONU.
Malala
afirmou que o ataque do Talibã nove meses atrás não mudou nada em sua
vida a não ser que “a fraqueza, o medo e o desespero morreram; e a
força, o poder e a coragem nasceram”.
“Os
extremistas tinham e ainda têm medo de livros e canetas”, avaliou. “O
poder da educação assusta. Eles estão com medo das mulheres.”
O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelidou o dia 12 de julho –
aniversário de 16 anos de Yousafzai – de “Dia da Malala”, em homenagem
ao seu posicionamento corajoso e determinado em garantia da educação
para todos. “Malala escolheu comemorar seu 16º aniversário com o mundo”,
disse Ban, lembrando que o forte apoio que ela tem recebido de milhões
de pessoas em todo o mundo é uma clara mensagem que diz: “Malala, você
não está sozinha.”
A
reunião que contou com cerca de mil jovens líderes foi dirigida pelo
enviado especial da ONU para educação global, Gordon Brown, e o
presidente da Assembleia Geral, Vuk Jeremić. Na cerimônia, um grupo de
jovens de Bangladesh, Índia, Marrocos, Nepal, Paquistão e Serra Leoa foi
homenageado por suas lutas contra a discriminação na educação.
Nesta sexta-feira,
a UNESCO divulgou artigo mostrando que o número de crianças sem acesso à
educação caiu de 60 milhões em 2008 para 57 milhões em 2011.
Entretanto, o número de meninos e meninas fora da escola em áreas de
conflito passou de 25,2 milhões para 28,5 milhões no mesmo período. Asmeninas representam 55% do total e
são as mais prejudicadas porque muitas vezes são vítimas de estupro e
outras formas de violência sexual que acompanham os conflitos armados.
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