30 de novembro de 2011

Não é crime passional é femicídio!

Infelizmente, em plena campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, acontece um femícidio em nosso Município, muitas vezes nomeado como crime passional. Entendemos porém, que não existe crime passional. Não é o amor, o ciúmes, a rejeição que mata, mas o machismo, o sentimento de posse e a naturalização da violência masculina.
A terminologia adequada, e que entendemos fundamental na visibilidade da violência contra a mulher, é o feminicidio ou femicídio, que se refere a morte de mulheres causadas e legitimadas pelo fato de serem mulheres. Desta forma evidenciamos a desigualdade entre os gêneros, a desigualdade de poder entre homens e mulheres, incluindo o poder de uns sobre a vida de outras.
As mulheres desde a tenra infância são educadas a partir de um modelo de feminilidade baseados na fragilidade e dependência. Mesmo com inúmeras transformações neste contexto, fruto dos movimentos sociais e da construção de políticas públicas, ainda muito do prestígio social das mulheres ocorre em função do casamento, chegando-se, em situações extremas, a sacrificar sua integridade física e mental em nome de manter um “relacionamento afetivo”.
O assunto não se esgota por aqui, são múltiplas as facetas envolvidas neste processo histórico de sujeição feminina, que também envolve um sofrimento masculino.
De qualquer modo entendemos que um importante caminho é o reconhecimento das desigualdades de gênero, que deve ser combatido com ações que demonstrem seu caráter coletivo e cultural, indo muito além de um caso de amor frustrado.
Acho oportuno citar o refrão musical da campanha “Quem ama cuida”
“Quem ama ajuda
Quem ama agrada
Dá carinho e da valor !
Quem ama cuida
Quem ama abraça
Não maltrata o seu amor! ”


Sandra Gicaomini
Psicóloga do Centro REVIVI

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