Pesquisa inédita revela
forte preocupação da sociedade com a violência doméstica e os assassinatos de
mulheres por parceiros ou ex.
(Portal Compromisso e
Atitude) No mês em que a Lei Maria da Penha completa sete anos de vigência, uma
pesquisa de opinião inédita, realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia
Galvão, revelou significativa preocupação da sociedade com a violência
doméstica e os assassinatos de mulheres pelos parceiros ou ex-parceiros no
Brasil.
Além de 7 em cada 10
entrevistados considerar que as brasileiras sofrem mais violência dentro de
casa do que em espaços públicos, metade avalia ainda que as mulheres se sentem
de fato mais inseguras dentro da própria casa.
Os dados revelam que o
problema está presente no cotidiano da maior parte dos brasileiros: entre os
entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, 54% conhecem uma
mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já
agrediu uma parceira. E 69% afirmaram acreditar que a violência contra a mulher
não ocorre apenas em famílias pobres.
98% conhecem a Lei Maria
da Penha
Além de mapear a
preocupação da sociedade, a pesquisa levantou ainda a percepção sobre o que
mudou com a lei de enfrentamento à violência doméstica e as avaliações sobre as
respostas do Estado frente ao problema.
O estudo mostra que apenas
2% da população nunca ouviu falar da Lei Maria da Penha e que, para 86% dos
entrevistados, as mulheres passaram a denunciar mais os casos de violência
doméstica após a Lei.
Rompimento é apontado como
momento de maior risco
Apesar de a legislação ser
massivamente conhecida, as respostas apresentadas pelo Estado ainda dividem
opiniões. Embora 57% acreditem que a punição dos assassinos das parceiras é
maior hoje do que no passado, metade da população considera que a forma como a
Justiça pune não reduz a violência contra a mulher.
O medo da denúncia também
se mostrou bastante presente: 85% dos entrevistados acham que as mulheres que
denunciam seus parceiros correm mais riscos de serem assassinadas.
O silêncio, porém, também
não é apontado como um caminho seguro: para 92%, quando as agressões contra a
esposa/companheira ocorrem com frequência, podem terminar em assassinato.
O fim do relacionamento é
visto como momento de maior risco à vida da mulher. Em consonância, vergonha e
medo de ser assassinada são percebidas como as principais razões para a mulher
não se separar do agressor.
Sobre a pesquisa
Para a Pesquisa Percepção
da sociedade sobre violência e assassinato de mulheres, lançada em agosto,
foram realizadas 1.501 entrevistas com homens e mulheres maiores de 18 anos, em
100 municípios de todas as regiões do país, entre os dias 10 e 18 de maio deste
ano.
Realizado pelo Data
Popular e o Instituto Patrícia Galvão, esse estudo inédito contou com o apoio
da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e da
Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha - uma parceria entre os
poderes Executivo e Judiciário para efetivar a implementação da Lei nº
11.340/2006 e dar celeridade aos julgamentos dos casos de assassinatos de
mulheres.
http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5301:para-70-da-populacao-a-mulher-sofre-mais-violencia-dentro-de-casa-do-que-em-espacos-publicos-no-brasil&catid=51:pautas
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