Muitas
mulheres afirmam que buscam ser excelentes profissionais e, apesar
disso, são vítimas de indiferença, desrespeito e injustiças no trabalho.
Uma
professora de 45 anos diz: "Nunca falto, preparo todas as aulas, sou
atenciosa com os alunos, tento resolver os problemas dos colegas. No
entanto, os alunos não me respeitam, os professores fazem fofocas e
desqualificam o meu trabalho. Amo a minha profissão. Não reclamo nem da
carga horária nem do salário. A minha maior frustração é não ser
reconhecida".
As
entrevistadas afirmam que fazem um trabalho interminável, desvalorizado
e, muitas vezes, invisível. Dizem sofrer por se sentirem ignoradas,
humilhadas e menosprezadas, dentro e fora de casa.
Uma
enfermeira de 37 anos diz: "Acordo às cinco da manhã e trabalho o dia
inteiro. Chego em casa e preparo uma comida gostosa. Meus filhos nem
tocam no prato. Meu marido come vendo TV. No fim de semana, eu faço
faxina e deixo a casa brilhando. Lavo e passo as roupas de todos. Não
escuto um só agradecimento. Quando reclamo eles dizem que não faço mais
do que a minha obrigação".
Para essas mulheres, a maior felicidade seria desfrutar de algum tipo de reconhecimento.
Uma fonoaudióloga de 40 anos conta: "Quando recebo um 'muito obrigado'
do meu filho ou um elogio do marido eu me sinto a mulher mais feliz do
mundo".
Uma professora de 52 anos relata: "Não tem nada que me faça mais feliz
do que ouvir um elogio dos meus alunos. No dia dos professores, ganhei
uma orquídea de uma aluna muito pobre. Confesso que eu chorei de
emoção".
Quando
pergunto "O que faria você mais feliz?", elas respondem: casa própria,
filhos na faculdade, aumento de salário, viagens, carro novo, emagrecer
dez quilos, fazer lipoaspiração, colocar silicone no peito etc.
Mas
quando pergunto "Qual o momento mais feliz do seu dia?", as mulheres
dizem: "Quando meu marido me abraça carinhosamente"; "Quando meus filhos
dizem que sou a melhor mãe do mundo" ou "Quando meu chefe me elogia".
Pequenos
gestos como um elogio ou um abraço são formas de satisfazer o desejo
feminino por mais reconhecimento. São, também, uma maneira de retribuir o
trabalho, o cuidado e a dedicação incansável de tantas mulheres que
ainda se sentem invisíveis, dentro e fora de casa.
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