De janeiro a dezembro de 2012, foram computados 732.468 registros;
88.685 relatos de violência – dez a cada hora. Risco de morte chega a 50%, de
espancamento a 39% e de estupro a 2%. Dentre as unidades federativas, Distrito
Federal continua na liderança, seguido por Pará e Bahia
De 2006 a 2012, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da
Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR),
alcançou 3.058.392 atendimentos à população. No ano passado, foram 732.468
registros – 1.577% em relação aos 46.423, em 2006. Os relatos de violência
cresceram 700%: 88.685, em 2012, e 12.664, em 2006.
“Nosso governo tem compromisso com as mulheres e toma atitudes contra a
impunidade da violência. O primeiro passo é a denúncia que só pode ser dado
pelas vítimas ou pelas pessoas que estão próximas a elas. A denúncia é decisiva
para que a Lei Maria da Penha possa ser aplicada e que sejamos, todas e todos,
mais fortes do que a violência”, diz a ministra Eleonora Menicucci, da SPM.
Nem
mesmo no interior do Brasil, as mulheres estão menos vulneráveis à
violência de gênero. Santa Rosa da Serra (MG), Bora (SP), Sagrada
Família (RS), Salvador das Missões (RS), Amapá (AP), Uru (SP), Esperança
Nova (PR), Cabrália Paulista (SP), Santa Clara D’Oeste (SP) e Iacanga
(SP) são os primeiros dez dos 50 municípios que mais o Ligue 180, em
2012. Essas localidades têm população média de 5.000 habitantes. Desse
modo, o relatório de 2012 aponta a interiorização do Ligue 180, o qual
se consolida como canal de comunicação e informação de utilidade
pública.
A
ministra Eleonora classifica o Ligue 180 como entrada da população na
rede de serviços especializados e demonstração do interesse, das vítimas
ou das pessoas que as cercam, de romper o ciclo da violência. “O Ligue
180 é porta de entrada das mulheres para acesso a direitos e serviços de
segurança pública, saúde e justiça”, avalia Menicucci.
Dos
732.468 atendimentos, 88.685 foram de relatos de violência – estes, em
média, 242 por dia, dez por hora. Considerando que a cada 15 segundos
uma mulher é agredida no país e 243 a cada hora, em apenas 4% dos casos
as vítimas ou pessoas que convivem com elas procuraram o Ligue 180.
Tipos de violência -
A física continua sendo a mais frequente, totalizando 50.236 registros
(56%). Dentre as demais, estão: psicológica em 24.477 (28%), moral em
10.372 (12%), sexual em 1.686 (2%) e patrimonial em 1.426 (2%).
Em
2012, foram computados 430 casos de cárcere privado – mais de um por
dia. E denunciadas 58 situações de cárcere privado, em níveis interno e
internacional.
Risco de morte, espancamento e estupro –
Dos 88.685 relatos de violência, em 50% havia risco de morte, 39% de
espancamento e 2% estupro. Em 9%, constaram riscos percebidos como
transtornos psíquicos, perdas de bem, danos a terceiros, lesão corporal,
entre outros. Do conjunto de relatos de violência, em 58% é descrita
como diária e 21% como semanal.
Relação da vítima com o agressor - Em
70% dos casos, o agressor é o companheiro ou cônjuge da vítima.
Acrescentando os demais vínculos afetivos (ex-marido, namorado e
ex-namorado), esse dado sobre para 89%. Os 10% restantes mostram que as
agressões são cometidos por familiares, parentes, vizinhos, amigos ou
desconhecidos da vítima.
Ranking dos estados - O Distrito Federal lidera o ranking anual do Ligue 180, com a taxa de 1.473,62 registros para cada 100 mil mulheres. Em seguida, aparece o Pará e a Bahia, com 1.032,25 e 931,57 ligações respectivamente.
Ranking de 50 municípios – Localidades com
a média de cinco mil habitantes se destacam entre as que mais ligam
para o Ligue 180, considerando a proporcionalidade da população
feminina.
Utilidade pública
- A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da SPM, é um serviço
de utilidade pública que orienta as mulheres em situação de violência
sobre seus direitos, com o intuito de prestar uma escuta e acolhida
nessas situações e prestar informações sobre onde podem recorrer caso
sofram algum tipo de violência. O atendimento funciona 24 horas, todos
os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados. São aceitas
ligações de celular pré-pago mesmo sem crédito/recarga.
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