A violência contra a mulher foi o tema de uma reunião realizada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves na tarde desta quinta-feira, 17. O encontro, da Subcomissão da Mulher – enfrentamento à violência e atenção integral à saúde, reuniu representantes dos poderes legislativo, executivo, entidades, profissionais da saúde, educação e polícia civil.
Esta foi a terceira reunião da subcomissão, que vem realizando encontros por todo o Estado, para ouvir as comunidades sobre as medidas a serem implementadas no combate a violência doméstica.
Segundo a secretária de Políticas para as Mulheres do Estado, Márcia Santana, o maior desafio ainda é vencer o machismo, muito forte e presente no Rio Grande do Sul.
- Temos o desafio de mudar esta cultura machista, que acredita ainda que "em briga de marido e mulher não se mete a colher". Isso é um mito, não é uma verdade. Tendo em vista a tamanha gravidade da violência contra a mulher, contra as crianças e idosos, o Estado tem a obrigação de se envolver e meter o que se chamada "colher". É preciso ser feito tudo que for possível para garantir a integragridade das pessoas. Isso é fundamental, além da qualificação dos serviços oferecidos a estas pessoas - disse.
Outro ponto bastante discutido foi a criação da Delegacia da Mulher em Bento Gonçalves. Por meio de um decreto, a delegacia foi criada em 2010. No entanto, devido a entraves burocráticos e principalmente a falta de espaço para abrigar a repartição, a delegacia ainda está em processo de implantação. Há pouco tempo, a agência FGTAS/Sine cedeu um espaço do subsolo do prédio, o que possibilitará a abertura da delegacia até o mês de agosto, segundo previsão da delegada titular do Posto para a Mulher, Isabel Pires Trevisan. Em seu discurso, ela se emociou relatando alguns casos trágicos de violência contra as mulheres e também citando as precárias condições de atendimento para as mulheres que desejam registrar ocorrência.
Para o proponente e relator da Subcomissão da Mulher, o deputado estadual Aldacir Oliboni, após este ciclo de reuniões pelo Estado, espera-se que as sugestões realmente saiam do papel e sejam aplicadas na prática, favorecendo as mulheres que necessitam deste amparo.
- Nosso apelo são para que as coisas realmente aconteçam. Sabemos de muitas ações que se implementam no papel e não são aplicadas. A nossa ideia, no caso do gestor municipal, é tentar se reunir com ele, para mostrar o que pode ser feito para melhorar as ações de governo no município. No Estado, já queremos começar a trabalhar neste sentido, para que também disponibilize suporte para que as coisas aconteçam. Um trabalho em rede é de fundamental importância. Espero que os resultados da comissão não fiquem em vão - completa.
No próximo dia 13 de junho, acontece uma reunião geral na Assembleia Legislativa, reunindo os relatórios de todos os encontros realizados pelo Estado. Em Bento Gonçalves, até o dia 15 deste mês, foram registradas 45 ocorrências de violência contra a mulher junto a Delegacia de Polícia, sendo 6 casos de lesão corporal, 21 por ameça e 18 por outros motivos.
Texto e Foto: Jean Prado
Fonte: SPM